O programa Amplify Digital Arts Initiative (Amplify D.A.I.) foi criado pelo British Council em 2018 para conectar artistas que se identificam como mulheres e que desenvolvem seus trabalhos nas artes digitais, na música eletrônica e na arte sonora no Canadá, na América Latina e no Reino Unido. O objetivo do programa é promover o debate sobre equidade de gênero e democratizar o acesso de pessoas que se identificam como mulheres no campo das artes digitais, oferecendo recursos para o desenvolvimento de competências e carreiras, trocas entre pares e oportunidades para que as participantes divulguem seus trabalhos em residências artísticas, eventos e festivais em diferentes países.
No entanto, o Programa Amplify só chegou ao Brasil no ano passado, através de uma parceria com o Oi Futuro. Durante o final de 2021 e o início de 2022, as atividades do Amplify no país foram realizadas e apresentadas por três dos mais importantes festivais de artes digitais e sonoras: Novas Frequências, Amazônia Mapping e Multiplicidade.
Em formato inédito, o Oi Futuro retoma a parceria com o Amplify trazendo duas propostas convergentes para a Galeria 2 do Centro Cultural. Na primeira delas, as artistas brasileiras Bella e Keila Sankofa e a argentina Nina Corti (também conhecida como Qoa) irão desenvolver, a partir do dia 13 de julho, uma residência artística aberta ao público que irá culminar, no dia 27/07, em uma instalação inédita audiovisual criada a partir do acervo de equipamentos eletrônicos e de telecomunicações do Oi Futuro.
Segundo Chico Dub, diretor artístico residente do Oi Futuro e também responsável pela curadoria da exposição, “Residências artísticas geralmente são desenvolvidas em espaços alheios ao ambiente expositivo, como ateliês, estúdios e similares. Aqui, trazemos o processo de desenvolvimento da obra, outrora isolado, para o centro dos holofotes, de alguma forma, espetacularizando e, porque não, problematizando essa tendência que virou febre entre as instituições de arte e cultura em todo o mundo. Somada à ressignificação de parte do potente acervo do Oi Futuro, esta temática abre caminhos de desenvolvimento artístico extremamente promissores, prometendo, sem dúvida alguma, reflexões sobre os caminhos da arte e das narrativas contemporâneas em torno da comunicabilidade”.
Além da residência/instalação, será montada uma exposição com 15 obras em vídeo realizadas no contexto do programa Amplify em 2021 e 2022 produzidas por 15 duplas de artistas do Brasil, Argentina, Canadá e Reino Unido. A exibição destes trabalhos abre em caráter de “teaser” no dia 13 de julho e duas semanas depois reabre em formato instalativo com cenografia assinada pelo diretor de arte Breno Pineschi.
“Como estes trabalhos foram desenvolvidos por festivais durante a pandemia, o que se vê na maioria dos casos são apresentações audiovisuais gravadas em estúdio; obras que buscaram uma espécie de simulacro do real para trazer algum tipo de alento ao público em situação de isolamento social”, completa Chico Dub.
Para Victor D’Almeida, gerente executivo do Oi Futuro, “é incomum um Centro Cultural assumir em suas galerias um processo aberto de residência, desnudando ao público cada etapa da criação das artistas, além de trazer um panorama com 15 obras de artistas de quatro países participantes do Amplify . Esse movimento corajoso das participantes sintetiza os motivos pelos quais o Oi Futuro, junto com o Conselho Britânico, realizou a edição Brasileira do Amplify. Com essa ocupação seguimos amplificando os espaços de troca, produção e visibilidade para cada vez mais criadoras nas artes digitais.”
Lançada em 2018, AMPLIFY Digital Arts Initiative (Amplify D.A.I) é uma iniciativa conjunta do British Council em parceria com MUTEK Montréal, MUTEK Buenos Aires, Somerset House Studios, Artlab e Oi Futuro. O programa é apoiado pelo Canada Council for the Arts, INAMU e Fundación Williams.