Já imaginou uma experiência audiovisual absolutamente deslumbrante, e você sem poder registrar e postar nas redes sociais?! Essa é a proposta da instalação de arte e tecnologia Quiet Room, que propõe um exercício de introspecção por meio da desconexão da internet e dos dispositivos “smart”. O objetivo é que, ao menos por alguns minutos, os visitantes desliguem-se das redes e mergulhem no momento.
Para participar da experiência, o primeiro passo é colocar o telefone celular no bolso. Depois, o visitante é convidado a entrar em uma sala escura, na qual, ao longo de oito minutos, se conectará com sons e projeções interativas de paisagens, que proporcionam uma experiência de mindfulness (estar totalmente presente no momento).
Com cinco metros de largura, quatro de altura, e 10 de profundidade, a instalação é cercada de recursos tecnológicos, como sensores que captam a movimentação dos participantes a distância. Desde a sua concepção, Quiet Room previa a interação sem necessidade de contato físico e, com a pandemia, novas medidas foram adotadas, como cortina de tecido, tratamento antibacteriano e equipamentos de filtragem do ar. Há também limitação de oito pessoas por sessão, respeitando o distanciamento social.
Felipe Reif, fundador da Deeplab Project, responsável pela concepção da instalação em colaboração com o artista francês Parse/Error e a especialista em mindfulness Regina Giannetti, conta que o trabalho envolveu diversos testes e neles foi possível observar como ‘se desligar do mundo’ pode ser mais difícil do que parece. “No início da experiência, que é menos visual, os visitantes sentiam falta da recompensa que o cérebro fornece quando acessamos nossos celulares. Porém, na medida em que a experiência evolui a sensação de ansiedade diminui e percebemos uma quietude absoluta na sala”, revela.