Afrofuturos: conheça os agentes transformadores do presente apoiados pelo Oi Futuro
12/11/2020
“Diversidade é um imperativo da inovação. Não dá para inovar em um ambiente homogêneo”. A frase, dita durante o Festival Oi Futuro por Paulo Rogério Nunes, consultor em diversidade e fundador da AFAR Ventures, resume a importância da diversidade na construção de um futuro justo e plural. No mês da Consciência Negra, destacamos algumas iniciativas apoiadas pelo Oi Futuro que buscam, pela via da inovação, abrir caminhos para a construção de um amanhã com mais diversidade e inclusão.
Na educação
O e-NAVE conta com ideias e sugestões de abordar a pauta racial em sala de aula de forma lúdica e descomplicada. Na Roda do Zé, atividade presente no e-NAVE 1, são propostas reflexões sobre as possibilidades para juventudes negras se expressarem de forma artística. Na segunda edição do e-book, a atividade Pluridiversos aborda o universo simbólico dos mitos e parábolas africanas.
No NAVE Rio e Recife, o mês de novembro é marcado por movimentos que elaboram o tema e o alunos ficam livres para se expressar por meio de intervenções artísticas na escola. O Hackaxé foi um Hackathon com o objetivo de trabalhar o temática da Consciência Negra com os estudantes, que desenvolveram produtos a partir do conhecimento adquirido durante as oficinas realizadas no decorrer do ano letivo.
Além disso, alguns estudantes desenvolveram games educativos cujas narrativas atravessam a problemática do racismo. Conheça:
– Coladies é um jogo produzido por meninas negras sobre conceitos básicos de programação.
– Super Lady. No game, Lady é uma super heroína negra, representante do movimento LGBT que enfrenta diariamente as dificuldades que a sociedade lhe impõe. Ela enfrenta monstros como o racismo, homofobia e machismo personificados.
– Eledá: o personagem do Candomblé tenta combater o preconceito coletando objetos presentes na religião até chegar ao destino final.
– Linha Tênue é um jogo de aventura que demosntra a descoberta do racismo sofrido por um rapaz negro.
– Black Scape: no jogo, o personagem Cris é negro e morador de uma comunidade. Ele acaba de realizar uma compra no mercado mais próximo da sua casa, mas de repente se vê sendo perseguido por um policial que o considera supeito de ter roubado a mercadoria, invés de comprado. Para provar sua inocência, Cris precisa da sua ajuda!
– Scourge é um jogo do tipo Arena que apresenta a luta histórica de Dandara dos Palmares, esposa de Zumbi dos Palmares.
– Colorize é um jogo estilo Arcade (space invaders) onde uma guerreira arcana protege sua cidade de uma invasão de pessoas preconceituosas, todas cinzas. Ela lança feitiços sobre estas pessoas e elas se tornam coloridas. O objetivo é proteger a cidade e impedir que os invasores dominem a cidade.
– AbikanileUs: o jogo se passa em um universo paralelo de temática steampunk. Através do grupo Abikanile, a protagonista Neema Njeri luta junto com o seu grupo para acabar com as desigualdades que foram construídas a partir de uma guerra passada entre os grupos Kanikas e Safiya.
Nas artes
Vozes como Caio Prado, Luciane Dom e Varandão participam como finalistas da Aceleração Musical LabSonica – Edição Toca do Bandido, realizada ainda em 2020. Atualmente, os artistas fazem uma imersão com profissionais e especialistas da área para a produção de EPs. Engrossando o caldo de vozes pretas destacamos Banda Gente, Thiago Elniño, Katú Mirim e Paige – nomes que fizeram parte da etapa online do Festival Aleceração LabsSonica.
Além disso, também apoiamos a quarta edição do Festival 2ª Black, que acontecerá de 30 de novembro à 08 de dezembro. Artistas, intelectuais e realizadores culturais negros se unem para o fortalecimento de suas pesquisas e realizações, promovendo o diálogo artístico e pensante mixando performances e ativismo. Conheça mais dos participantes no festival, que será transmitido via Facebook.
Em cartaz, tivemos o espetáculo infantil Ombela. A peça é baseada no livro homônimo do poeta e escritor angolano Ondjaki e conta a história de uma deusa menina e africana, a deusa das chuvas, que está começando a entender os seus sentimentos e a diferença entre alegria e tristeza. Na fábula, o choro de Ombela é o responsável pelas águas dos rios, mares e cachoeiras e a ideia do espetáculo é conscientizar o público, de forma lúdica e realista, de que a preservação do nosso planeta é urgente.
Na inovação social
Ao longo dos ciclos de impulso do Labora, conhecemos negócios sociais com atuações diversas. Conheça a seguir alguns:
– WoTec
Negócio que disponibiliza soluções tecnológicas de baixo custo para cinema e audiovisual para cineastas independentes e de baixa renda, viabilizando a produção audiovisual periférica.
– Associação Grupo Cultural Casa do Jongo da Serrinha
Organização criada há 50 anos no bairro de Madureira que contribui para a promoção do jongo como patrimônio imaterial do sudeste e promove ações integradas entre cultura, arte, memória, desenvolvimento social, trabalho e renda para a comunidade local.
Startup de criação e fabricação brinquedos e livros educativos que estimulam na construção da identidade, da representatividade e da autoestima de crianças e adolescentes negros. Conheça mais!
Ações de educação, geração de renda e realização de feiras direcionadas a mulheres negras, proporcionando experiências inovadoras e empreendedoras integradas a um circuito cultural. Daqui nasce a Feira Crespa.
Organização de hip hop que realiza oficinas, formações, eventos e intervenções artísticas, promovendo a discussão e a reflexão de temas sociais para jovens da Baixada Fluminense.
Museu de percurso que conta a história da Rocinha através do registro de memória social para fortalecer o pertencimento da comunidade a seu território de origem, além de promover trocas sociais e de saberes entre a população.
Atua na divulgação da história do cemitério dos Pretos Novos e busca contribuir para a construção da cidadania através da preservação e fomento à pesquisa sobre a história afro-brasileira. Saiba mais!
Plataforma que conecta anfitriões e viajantes que desejam hospedagem com respeito às diferenças e vivenciando experiências sobre a cultura negra.
Tecnologia para segurança pessoal, por meio de um aplicativo e de um acessório exclusivo para pedir ajuda quando necessário.
Negócio social na área da moda voltado para o empoderamento econômico de costureiras e uso de materiais recicláveis e sustentáveis. Conheça mais!
Programa de educação que promove a diversidade e inclusão de profissionais no mercado de trabalho na área tecnológica.
Por fim, no painel Diversidade que move a educação do Festival Oi Futuro, com Christiane Silva Pinto, gerente de marketing do Google Brasil, provocamos e fomos provocados por reflexões sobre a relação entre diversidade e a inovação. “O primeiro passo da mudança é o diagnóstico do problema. É olhar para si, no nível individual, corporativo e coletivo, e analisar as próprias ações, perceber como está cerceando a inclusão ou perpetuando o racismo.”, pontuou.