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Centro Cultural Oi Futuro reabre ao público com exposição de Luiz Zerbini

29/10/2020

Centro Cultural Oi Futuro reabre ao público com exposição de Luiz Zerbini

A partir do dia 5 de novembro, após quase sete meses fechado por causa da pandemia e do isolamento social preventivo, o Centro Cultural Oi Futuro reabre as portas para o público com a exposição “Campo Expandido”, com obras inéditas de Luiz Zerbini, um dos mais destacados artistas da chamada Geração 80.

A mostra, que ocupará todo o espaço expositivo do Centro Cultural, além da fachada lateral de vidro e da claraboia, segue todos os protocolos de segurança sanitária previstos pelos órgãos responsáveis e as visitas, gratuitas, devem ser agendadas aqui ou pelo telefone (21) 3131-3060. Serão apresentadas instalações e intervenções inéditas, pensadas especialmente para esta mostra, que permeia os campos da arte, da tecnologia e da ecologia. A exposição é apresentada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Oi, com apoio cultural do Oi Futuro, e também tem prevista visitação virtual 360º.

“A proposta da exposição é pensar a natureza em relação ao futuro, evocando o passado. E o mesmo com a tecnologia, trazendo a interação para algo cotidiano, menos espetacular, mais reflexivo”, diz Luiz Zerbini.

“A mostra, que integra o calendário de comemoração dos 15 anos do Centro Cultural Oi Futuro, estava prevista para ser aberta no dia 21 de março.  A pandemia global fez com que fechássemos o centro cultural antes da data e, como todo mundo, a exposição entrou em quarentena. Durante meses, esse Campo Expandido esteve fechado aos olhos e à convivência do público, mas agora, finalmente, abre-se sob os efeitos dos desdobramentos que o próprio artista criou no período em que a exposição esteve em suspensão”, conta Roberto Guimarães, gerente executivo do Cultura do Oi Futuro. “Esta exposição reafirma o propósito do Oi Futuro, que há uma década e meia se dedica a produzir, exibir e disseminar projetos no âmbito da convergência entre arte, ciência e tecnologia.”

Adesivos coloridos e translúcidos cobrirão toda a fachada de vidro e a claraboia do Centro Cultural Oi Futuro. Desta forma, a luz natural adentra o espaço através desses filtros, colorindo todo o ambiente. Esse trabalho remete às emblemáticas obras do artista feitas com molduras de slides e gelatinas. Aqui, elas aparecem de forma expandida, ganhando o espaço arquitetônico e interferindo nas demais instalações apresentadas.

 

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO

Logo na entrada do Centro Cultural Oi Futuro, no térreo, dentro do prédio, estará uma grande árvore, que receberá diretamente a luz colorida que entrará pelos vidros da fachada. Atrás dela, duas palmeiras menores estarão na sombra, protegidas pelas folhas dessa grande árvore.

Nos monitores de televisão que ficam no térreo, será exibido um vídeo inédito, de 20 minutos, com direção de Batman Zavareze, produzido durante a montagem da exposição. Com uma roupa especial, Zerbini anda no meio das plantas, enquanto luzes coloridas entram no ambiente. “É como se fosse um ser do futuro chegando e cuidando da floresta”, diz o artista, que usa uma roupa de apicultor e, por cima, uma veste criada por ele em conjunto com a estilista Isabela Capeto, inspirada nos trabalhos com slides coloridos.

Subindo a escada, na primeira galeria, será necessário entrar descalço para caminhar sobre o chão coberto de areia num ambiente composto por árvores, plantas medicinais e ornamentais e luz solar. “É um ambiente imersivo, onde será possível experimentar o lugar”, conta o artista. Neste mesmo espaço estará uma grande “mesa amazônica”, muito comum nos quintais das casas de comunidades ribeirinhas da Amazônia. Construídas com madeiras de diversos tipos, reaproveitadas, são utilizadas como bancada para plantas, temperos e ervas medicinais. Para a exposição, Luiz Zerbini construiu sua própria mesa, com diversos tipos de madeiras, algumas recolhidas por ele há anos, outras adquiridas mais recentemente e, assim como na Amazônia, haverá diversas ervas e plantas sobre essas mesas. “Elas são uma espécie de jardim-farmácia”, explica o artista, que viajou diversas vezes para a região. “Tenho chamado de mesas, mas não são exatamente mesas. São instalações, planos horizontais transparentes, apoiados em estruturas de madeira. É como se as pinturas tivessem alcançado a tridimensionalidade, onde planos horizontais predominam”, conta.

Subindo mais, chega-se na segunda galeria. Nesta grande sala, passarelas de madeira levarão o público a interagir com a obra instalada no espaço, que forma um imenso jardim-floresta com mais de 50 árvores e arbustos, sendo a maioria delas palmeiras de diversas espécies. “Será como se o público estivesse entrando em uma floresta”, afirma o artista, que retirou as paredes que escondiam as janelas do espaço, deixando a luz natural entrar.

Na terceira galeria serão expostas quatro monotipias inéditas, medindo 1mX0,80m cada, produzidas este ano, utilizando folhas de árvores diversas como matriz. “Monotipia é pura tecnologia!”, diz o artista sobre a técnica simples de impressão, reiterando a ideia de falar sobre tecnologia de uma forma diferente, “pensar o potencial da floresta hoje é pensar tecnologicamente”, afirma. Esse mesmo pensamento é utilizado nos filtros coloridos que serão colocados nos vidros da claraboia e da fachada lateral do Centro Cultural Oi Futuro, que traduzem a amplitude da energia solar como fonte inesgotável. O artista correlaciona, ainda, esta intervenção como uma expansão da série de seus trabalhos feitos com slides, “O slide tem esse mesmo pensamento, de sobreposição de cores e transparência sob a ação a luz”, afirma. Dois trabalhos com slides, de 2014, estarão nesta mesma sala, assim como o vídeo “Sertão” (2009), onde a paisagem refletida na superfície de um lago é interrompida por quadrados coloridos, que remetem a uma falha eletrônica.

As obras são construídas a partir de uma lógica proveniente da pintura que se desdobrou para o espaço em instalações imersivas. “Sempre colhi objetos que me interessavam, e este interesse pode ser pela forma, pela cor ou pela lembrança de algo. Organizo os objetos e crio uma relação entre eles para fazer minhas pinturas, monotipias e obras de espaço. Quando o trabalho se expandiu para fora da tela, os elementos foram entrando na obra”, conta Zerbini que relaciona, ainda, os trabalhos feitos com slides à sobreposição de cores e transparência da aquarela.

Além da tecnologia, a exposição também aponta para a questão da ecologia, trazendo elementos da natureza e das comunidades ribeirinhas da Amazônia. A relação da obra do artista com a natureza é antiga. “Comecei meu trabalho ainda jovem, fazendo aquarelas de plantas, paisagens, enfim, da natureza. Sempre gostei de pintar plantas. Fiz viagens pelo Nordeste, Amazônia, Pantanal e sempre reparei na maneira como essas comunidades vivem conectadas com a natureza”, conta o artista.

 

SOBRE O ARTISTA

Luiz Zerbini nasceu em São Paulo, em 1959, e iniciou sua atividade artística no final dos anos 1970. Sua obra transita entre a pintura, a escultura, a instalação, a fotografia, a produção de textos e vídeos. É um dos integrantes do Grupo Chelpa Ferro, que trabalha desde 1995 com sons e imagens por meio da realização de objetos, instalações, performances, shows e CDs.

Entre as exposições recentes, destacam-se: Nous Les Arbres, Fondation Cartier, Paris (2019); Intuitive Ratio, South London Gallery, Londres (2018); Dreaming Awake, House for Contemporary Culture, Maastricht (2018); Perhappiness, Sikkema Jenkins & Co, New York (2016); Natureza Espiritual da Realidade, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo (2015); Pinturas, Casa Daros, Rio de Janeiro (2014); amor lugar comum, Centro de Arte Contemporânea Inhotim (2013); Papagaio do Futuro, Max Wigram Gallery, Londres, Reino Unido (2013); Amor, MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, (2012); dentre outras.

 

ORIENTAÇÕES DE VISITAÇÃO:

– As visitas são gratuitas e deverão ser agendadas previamente online ou por telefone e nos seguintes horários: 11h-13h; 13h30-15h30; 16h-18h, de quarta a domingo;

– O uso correto de máscara (cobrindo nariz e boca) é obrigatório durante todo o tempo da visita;

-Cada visitante pode permanecer até 2 horas no Centro Cultural Oi Futuro, com acesso permitido às galerias, banheiros, Musehum, bistrô e terraço (neste primeiro momento as atrações imersivas não estão disponíveis);

-Será exigido na entrada o comprovante de agendamento e documento de identificação com foto;

-É necessário manter a distância de 1,5 metro de outros visitantes que não sejam do seu grupo familiar e respeitar a sinalização de fluxo de entrada e saída indicados pelo prédio;

-Haverá medição de temperatura na entrada e tapete sanitizador;

-Totens de álcool em gel espalhados pelo prédio;

-Dispomos de bebedouros sem toque, porém recomendamos que os visitantes tragam suas garrafas de água;

-Será permitida a entrada de um grupo familiar de até 4 pessoas por vez no elevador. Não sendo do mesmo grupo familiar, recomendamos a entrada de 1 pessoa por vez no elevador;

-Ao final de duas horas haverá um aviso sonoro indicando o final do período de visitação do grupo e todos deverão com calma se locomover até a saída;

Para mais informações sobre agendamento e orientações de visitação, acesse: https://oifuturo.org.br/reaberturacentrocultural/)

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