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Pesquisa revela tendências de comportamentos influenciados pela IA

20/06/2024

Pesquisa revela tendências de comportamentos influenciados pela IA

O Grupo Consumoteca lançou hoje (20/06), no Teatro Futuros, a pesquisa MODO PROMPT, com cinco macrotendências comportamentais que revelam como a Inteligência Artificial está impactando a experiência de vida das pessoas. O Brasil é o quarto país no mundo que mais acessa o Chat GPT (atrás de EUA, Índia e Indonésia) e o estudo, realizado pelo núcleo Trop especializado em tropicalizar tendências globais, faz algumas previsões de mudanças em diferentes aspectos do dia a dia da sociedade brasileira para os próximos três anos.

O termo “prompt” vem do campo da computação e simboliza um comando que permite trocas e diálogos contínuos com as máquinas. MODO PROMPT mapeou a inserção da IA não apenas como uma ferramenta tecnológica, mas um componente cultural ativo que transforma rotinas, práticas de trabalho, relacionamentos interpessoais e formas de consumo, ajudando a compreender como ela está reformulando as experiências cotidianas. A pesquisa reflete o entrelaçamento da IA com cada aspecto da vida, remodelando relações, economia, governança, ética, capacidades cognitivas, interferindo na forma como as pessoas interagem umas com as outras, tomam decisões pessoais e profissionais, e até enfrentam dilemas éticos e morais.

“O instituto Oi Futuro reconhece o quanto é importante aprender a examinar as estruturas que moldam o mundo digital para saber lidar com esse ambiente de maneira reflexiva e intencional. Os museus e centro culturais são instituições aliadas à educação para desenvolver na sociedade a habilidade de participação crítica e independente frente ao mundo, e por isso entendemos ser de grande relevância discutirmos temas como a Inteligência Artificial no Futuros – Arte e Tecnologia”, ressalta Bruna Cruz, museóloga e coordenadora do Musehum, o Museu das Comunicações e Humanidades do Oi Futuro.

Em 2024, o Oi Futuro fez um levantamento que constatou que grande parte daqueles que têm acesso à internet no Brasil consomem, produzem e compartilham grande volume de conteúdo, mas nem todos são capazes de avaliá-lo criticamente. Com a crescente utilização e participação da I.A. no cotidiano de boa parte dos brasileiros, o letramento digital se torna cada vez mais essencial e o Musehum definiu “Inclusão digital e letramento midiático na era da informação: ética e cidadania no século 21″ como seu eixo principal de atuação a partir deste ano. O lançamento do MODO PROMPT faz parte desse movimento de trazer para o centro cultural discussões que envolvam novos olhares e análises e contribuam para formação crítica e o letramento midiático de seus públicos.

De acordo com Marina Roale, Head de Insights do Grupo Consumoteca que apresentou os resultados da pesquisa, a transição para a sociedade da IA traz consigo um conjunto de macromovimentos que moldarão o futuro em diferentes esferas. “A Inteligência Artificial não está mais restrita aos festivais de inovação e CEOs de startups, ela impacta todo mundo e a, com este lançamento, a gente discute como isso está chegando, de fato, na nossa vida, no nosso cotidiano, trabalho e relações. As tendências apontadas pelo estudo mostram como estamos nos relacionando mais intencionalmente com a tecnologia”, afirma Marina Roale, Head de Insights d Grupo Consumoteca.

Conheça as cinco macrotendências apontadas em MODO PROMPT:

1 – Empatia programada: É o estreitamento da relação homem-máquina graças à simulação de intimidade, profundidade emocional e compreensão que a IA é capaz. Adeus comandos de voz rígidos e pragmáticos e olá conversinhas e piadas internas! Conversar com a I.A. pode ser tornar tão natural e amigável quanto puxar papo com uma pessoa do círculo de convívio, esperando que a tecnologia não apenas nos escute, mas também “nos entenda”. Quantos já não escrevem “olá”e diz “por favor e “obrigado” ao Chat GPT? Replika AI é um outro bom exemplo do que está por vir. O aplicativo de inteligência artificial oferece um chatbot personalizado como amigo virtual, usando uma tecnologia de aprendizado de máquina avançada para se adaptar às conversas, aprendendo sobre você e seus interesses ao longo do tempo. O enfoque  seria mais o de um amigo digital que por vezes nos estimula a explorar nossa própria humanidade, e não tirá-la de nós.

2 – Otimização Compulsória: Com a IA, há sempre um novo “life hack”, um “jeito mais rápido ou mais fácil de fazer”. Os serviços de inteligência artificial se firmam como assistentes pessoais cada vez mais essenciais na rotina diária, retroalimentando a cultura da produtividade e otimização contínua, automatizando a vida tanto no âmbito profissional quanto pessoal. É o raciocínio conhecido como “I.A. first thinker” ou “deve ter uma IA que faz isso: buscar aprimorar procedimentos e solucionar desafios valendo-se das capacidades avançadas da Inteligência Artificial, especialmente modelos generativos pré-treinados como o GPT, em todos os aspectos da vida. A OpenAI já lançou a GPT Store, espaço onde versões personalizadas do ChatGPT são disponibilizadas e é possível encontrar plugins úteis e populares desenvolvidos por categorias, como educação, produtividade e estilo de vida (mais de 60  novos puglins são adicionados semanalmente na plataforma).

3 – Criatividade co-criada: Máquinas que produzem obras de forma autônoma – sejam textos, imagens, músicas ou vídeos – abrem um vasto leque de possibilidades no campo da criação, mas também inflamam vasto debate. Diferente de ferramentas anteriores que necessitavam de manipulação humana direta, a IA generativa coloca em xeque quem é o verdadeiro autor: o programador, o usuário ou a própria IA? Há muitas dúvidas sobre as fronteiras da autoria, inspiração e originalidade e questões éticas sobre maneiras de exercer o trabalho criativo a partir de uma interação ferramental entre humano e máquina, mas 69% dos profissionais da indústria criativa global já consideram as ferramentas de IA potencializadoras da criatividade. Como uma evolução da “Era da Imaginação” facilitada pela tecnologia, surge a “Era da Imaginação”: a eliminação de tarefas burocráticas e repetitivas, agora feitas pela IA, liberada as pessoas para focar em inovação e pensamento criativo, colocando a criatividade e a capacidade de conceber novas possibilidades no centro da economia.

4 – Antecipação de tudo: Aqui a base é a integração de tecnologias preditivas em dispositivos do dia a dia, como eletrodomésticos inteligentes e wearables que monitoram a saúde, antecipando desde respostas de e-mail até produtos em falta na sua geladeira, adicionando cupom de ofertas para a compra no seu e-commerce favorito. Máquinas como extensão do corpo e da casa –  pouco a pouco, a IA vai se inserindo nas rotinas e virando companheira interativa sob a promessa de agir proativamente para facilitar a vida diária, impactando a forma como lidamos com desejos e necessidades ao antecipar demandas antes mesmos que elas sejam sentidas. Hiperconectividade que proporciona controle e eficiência, e também ansiedade, dificuldade de concentração e desconexão com o momento presente.

5 – Rejeição Algoritmica: Na contramão das tendências anteriores, muitas pessoas vão resistir ao avanço da IA em um movimento descentralizado motivado por questões individuais ou coletivas de ordens diversas: temor que ela seja utilizada para fins capitalistas, exacerbando desigualdades; seu impacto ambiental; recusa à constante necessidade de adaptação; perda de controle e autonomia; precarização do trabalho; temor de desumanização; preservação de direitos e liberdades fundamentais; suas consequências na empregabilidade; o perigo da manipulação dos fatos e desinformação; entre outros. Assim, nascem movimentos como “Stop Killer Robots”, uma coalizão global de organizações da sociedade civil que trabalha para proibir preventivamente as chamadas “Armas Autônomas Letais” (conhecidos como robôs assassinos). Os adeptos da Rejeição Algorítmica buscam reafirmar o valor das escolhas pessoais e da espontaneidade humana, com muitos optando por alternativas de práticas diárias que nutrem a individualidade e o livre-arbítrio.

Para os realizadores do estudo, “o impacto desse movimento de rejeição algorítmica na vida cotidiana é uma prova vibrante de que, mesmo na corrida pela eficiência, muitos ainda valorizam o caminho humano, irregular e menos previsível.” Para ter acesso à versão completa de MODO PROMPT clique aqui.

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