Musehum apresenta novo plano museológico e nova instalação
10/12/2024
Um espaço de reflexão e imaginação, aberto aos diálogos, provocações e questionamentos mais urgentes do nosso tempo. O novo plano museológico do Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades, no Futuros – Arte e Tecnologia, foi apresentado nesta segunda-feira (9), em evento aberto ao público. Com destaque para quatro eixos temáticos, que abordam temas como letramento midiático, inteligência artificial, decolonização tecnológica e comunicação para a sustentabilidade, o plano visa materializar conceitos e visões em propostas práticas para o museu até o ano de 2027.
Faça aqui o download do novo plano museológico do Musehum
Para celebrar e ilustrar seu lançamento, o Musehum inaugurou também a instalação multilinguagem “Futuros Plurais”, uma vitrine de 10 metros quadrados entre as galerias 1 e 2 do Futuros – Arte e Tecnologia, que ressalta os conceitos e reflexões traduzidos pelos eixos do novo plano executivo. Voltada aos diversos tipos de público do centro cultural – famílias, grupos escolares, pesquisadores, entre outros – a instalação apresenta áudios, vídeos, textos, imagens, jogos e atividades interativas que convidam os visitantes a participarem ativamente das discussões sobre o mundo contemporâneo e a construção de um futuro inclusivo e sustentável. A curadoria da instalação é de Leonardo Menezes e Eduardo Carvalho, diretores da Outra Onda Conteúdo.
“O Musehum é um espaço vivo que tem evoluído no ritmo dos saltos tecnológicos. Em um mundo cada vez mais conectado e automatizado, com a inteligência artificial entrando nas conversas do dia a dia, queremos levantar reflexões e debates pelo viés ético e humano, buscando ampliar a consciência coletiva sobre as potencialidades e as implicações das novas tecnologias de comunicação e informação”, afirmou Carla Uller, gerente executiva de Programas, Projetos e Comunicação do Futuros. “Acreditamos que a tecnologia deve servir, antes de tudo, a um projeto de futuro que seja democrático, participativo, ético e regenerativo. Por isso, nosso papel como museu é incluir cada vez mais pessoas nessa conversa.”
Evento de lançamento no Futuros – Arte e Tecnologia
O evento desta segunda-feira contou com um seminário, com especialistas e profissionais da área de cultura que debateram cada um dos eixos temáticos do plano e suas conexões com a nova vitrine do espaço.
Mariana Filizola, coordenadora-geral de educação midiática da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal; Fernanda Bruno, coordenadora do laboratório de pesquisa MediaLab, da UFRJ; Anapakua Tupinambá, comunicador e fundador da primeira rádio indígena do país; Mariana Várzea, museóloga e diretora da Inspirações Ilimitadas; Osvaldo Eugênio Júnior, idealizador do Studio Krya; Eduardo Carvalho e Leonardo Menezes, diretores da Outra Onda Conteúdo; Bruna Cruz, museóloga e coordenadora do Musehum; e Carla Uller, gerente executiva de Programas, Projetos e Comunicação do Oi Futuro, foram os participantes do seminário.
Letramento midiático e os eixos temáticos do Musehum
A partir de seminários, pesquisas de opinião, questionários online e entrevistas com a participação de gestores de museus, especialistas da área de cultura, público interno e externo do Musehum e parceiros do instituto Oi Futuro, a elaboração do novo plano museológico gerou debates e ideias que foram consolidados em quatro eixos temáticos. Eles têm como objetivo nortear o posicionamento do Musehum pelos próximos anos, por meio de estratégias e atividades práticas que estimulem reflexões sobre cidadania digital e a democratização do acesso ao conhecimento.
O primeiro deles é o eixo central do plano. “Letramento Midiático na Era da Informação” tem como foco soluções e metodologias que incentivem a implementação de ações no museu que promovam a cidadania digital por meio do letramento midiático e da reflexão sobre a ética nos usos das novas tecnologias no cenário atual de curadoria algorítmica da informação. Em tempos de fake news e sobrecarga de informação, o letramento midiático é um ponto chave para a formação de uma sociedade mais inclusiva e responsável.
“Falando com Máquinas: Comunicação Humana no Futuro da Inteligência Artificial” é o tema do segundo eixo, que analisa a crescente coexistência entre humanos e as tecnologias emergentes, como as inteligências artificiais. Já o terceiro, “Decolonização Tecnológica: O Poder da Mudança ao Alcance das Pessoas”, reflete sobre o acesso às tecnologias e a necessidade de questionar estruturas de poder estabelecidas. Por fim, “Diálogos Possíveis no Antropoceno: tecnologias de comunicação para (re)inventar o futuro” propõe diálogos e ações concretas para um futuro sustentável, reforçando a importância de práticas conscientes.
“Como ferramenta criativa de escuta, diálogo, registro e participação, o novo plano museológico do Musehum apresenta uma série de propósitos. Ele norteia modelos de governança, ajuda a fortalecer a instituição para que seus objetivos sejam atingidos, orienta a gestão para o futuro, define premissas curatoriais, estabelece responsabilidades técnicas, propicia o uso eficaz e sustentável dos recursos e prepara o museu para enfrentar os desafios e a identificar as oportunidades deste nosso tempo. É a aplicação da museologia conectada com a sociedade e atenta às suas atualizações globais”, afirma Bruna Cruz, coordenadora do Musehum.
Com acervo de mais de 130 mil peças históricas sobre as comunicações no Brasil, o Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades conta a história do desenvolvimento tecnológico das comunicações pela ótica das relações humanas. O projeto é uma evolução do Museu das Telecomunicações, que teve suas instalações totalmente remodeladas em 2020 para abraçar uma nova identidade e proposta conceitual. Além do acervo, o espaço promove ainda experiências imersivas e interativas que divertem e estimulam a reflexão sobre o impacto das tecnologias nas transformações socioculturais contemporâneas. Entre elas, está a instalação “A Roda”, uma sala espelhada que envolve o visitante em uma experiência de luzes, sons e efeitos visuais, destacando a necessidade de mantermos nossos laços fora do ambiente digital.