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Rio 2C: Diálogo e cultura pop para ensinar e aprender

29/04/2019

Rio 2C: Diálogo e cultura pop para ensinar e aprender

No Dia Mundial da Educação, o debate sobre aprendizagem e novas formas de ensinar tomou conta do Rio2C. Em dois painéis na sala de Inovação da Oi, educadores e especialistas do setor falaram de metodologias para oferecer um ensino mais personalizado e adequado às necessidades de cada indivíduo e como o uso da cultura pop pode aproximar alunos e professores, além de conectar os estudantes com o conteúdo das disciplinas.

O painel “Cultura Pop para Inovar na Educação” trouxe reflexões sobre como jogos digitais e analógicos, redes sociais e devices móveis podem ser inseridos no ambiente escolar. A especialista de educação do Oi Futuro, Fernanda Sarmento, colocou para os participantes o dilema vivido por educadores no mundo todo, que lidam com alunos que já aprenderam a falar na nova Era Digital.

“Crianças com 12 anos não conheceram o mundo sem os smartphones super tecnológicos. Muitas vezes a gente coloca que a distância entre a escola e os estudantes existe em função de um choque intergeracional tecnológico. A gente está com um modelo de escola antigo operando da mesma forma onde hoje quando temos a tecnologia e outras formas de acessar conhecimento”, ressaltou Fernanda.

O CEO do Instituto Singularidades, Miguel Thompson, fez uma análise histórica da questão para explicar como o modelo tradicional de educação foi construído. No mundo todo, segundo ele, houve um esforço principalmente dos governos de fazer com as escolas gerassem indivíduos com formação básica uniformizada e uma especialização profissional. Tal sistema combinou bastante com a gestão de pessoas que vigorou nas fábricas e escritórios através do fordismo e taylorismo, que são modelos que obedecem às ideias do empresário Henry Ford e do engenheiro Frederick Taylor.

“Essa hiper especialização fez com que a escola ficasse isolada do mundo real, pois a disciplina é domesticadora. Por isso, é tão comum o aluno se perguntar como aquele conteúdo se relaciona com sua realidade”, afirmou Thompson.

Portanto, segundo o educador, além da mudança geracional, as escolas precisam se adaptar para atender a uma transformação que também é do sistema produtivo, que não aceita mais o profissional com a cultura antiga, em que cada um faz sua parte e não entende sua contribuição para o todo e para a inovação. Aproveitar a linguagem das redes sociais para ensinar é uma alternativa bastante viável, de acordo com ele, que citou o exemplo do Rijksmuseum, de Amsterdã, que criou perfis para os pintores que dialogam nas redes.

“Quanto mais a gente troca e permite que os grupos se expressem, mais inovação surge. Inovação é troca de cultura”, disse Thompson, que defendeu a entrada em cena nas escolas de elementos da cultura pop, como o celular, sem tornar as pessoas viciadas ou dependentes.

O respeito à diversidade como forma de estímulo à criatividade também foi defendido pelo coordenador dos cursos técnicos do NAVE de Recife, Daniel Sant’Anna Martins. O educador, que também é ludólogo, é carioca e atua no programa do Oi Futuro que funciona tanto no Rio de Janeiro quanto na capital pernambucana através de parceria público privada com os governos dos dois estados. Segundo ele, trazer para a sala de aula a linguagem da internet, além de divertir, ajuda na apreensão do conteúdo por parte dos alunos.

“A gente precisa se divertir, mas a sociedade não é desenhada para a gente se divertir. As escolas até hoje não são divertidas. Elas tentam tornar todo mundo igual o tempo inteiro, mas as pessoas não são iguais. Essa juventude não está preocupada em ser igual, pelo contrário. A gente busca enquanto experiência humana a individualização”, declarou o educador.

Segundo ele, não há nada de mal um professor utilizar um game como o Minecraft para dar aula. Comunicar-se através de memes ou de passos da k-pop (música pop coreana) também não podem ser vistos com preconceito e pedantismo, pois aproximam alunos dos mestres.

“Quando você joga com os estudantes, você se conecta com eles. Eles percebem que você é tão igual e não superior a eles ”, disse Martins, que acredita no poder da empatia para o engajamento dos estudantes.

Já o painel sobre o futuro da educação reuniu Cristiane Sanches, head de tecnologia educacional e inovação da Escola Eleva, Rafael Cunha, vice-presidente do Descomplica, e Leo Filardi, Diretor da 42 | Rio. Os especialistas trocaram experiências e discutiram caminhos para um ensino cada vez mais personalizado. Cunha ainda lançou a provocação: “Personalização é diferente de individualização. Precisamos entender quais estratégias iremos usar para que isso faça sentido”.

A eficiência das trilhas de aprendizado foi destacada por Léo Filardi, que trouxe o formato da 42 | Rio como exemplo. Segundo ele, quanto maior a flexibilidade do aluno para escolher horários e formatos na hora de estudar um conteúdo, melhor será o rendimento pessoal. Essa tendência caminha junto ao desenvolvimento tecnológico e ao crescimento do ensino à distância. Como resultado dessa mudança de paradigma, instituições e diplomas tendem a perder relevância, enquanto o conhecimento adquirido e alinhado à prática será cada vez mais valorizado no mercado de trabalho.

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