Rio2C: A importância da diversidade no ato da criação
27/04/2019
A criatividade é uma característica humana e que não tem gênero, apesar da palavra ser um substantivo feminino. Porém, hoje o Rio2C reuniu mulheres criativas para debater como a ótica feminina pode contribuir no ato da criação. A mesa contou com a participação de Joanna Monteiro, CCO da FCB Brasil, Viviane Pepe, Diretora Global de Criação e Conteúdo, Identidade Corporativa, Gifting e Empoderamento da Avon, Mariana Sá, diretora de criação da TV Globo e com a moderação de Fátima Rendeiro, Head Nacional da In Loco University.
As mulheres são minoria na área de criação das agências de publicidade e as participantes refletiram sobre as causas dessa pouca participação feminina na área criativa. “O machismo está incorporado em coisas muito sutis que às vezes nem a gente mesmo percebe e, de certa forma, nos acostumamos com isso”, tenta explicar Joanna, que é a única mulher a ocupar o cargo de CCO em uma grande agência de publicidade.
Ao mostrarem cases em que usaram a criatividade para dar visibilidade ao feminino, elas refletiram sobre a importância da diversidade na criação e, consequentemente, na inovação. “A ciência diz que a criatividade é potencializada pela diversidade de experiências. Então, quanto mais diferente a gente for, infinitas serão as possibilidades criativas”, conta Mariana.
De fato, a diversidade é um componente importante dentro de uma empresa por possibilitar que equipes com pessoas diferentes entendam as demandas dos mais diversos públicos e criem soluções aderentes com os diferentes perfis. “Promover a diversidade é uma questão de sobrevivência, inclusive, econômica”, conclui Joanna. Com isso, se chega à conclusão de que a presença das mulheres na área da criação é fundamental para a inovação de qualquer empresa: “As mulheres sempre inspiraram na indústria criativa e vamos torcer para que inspirem cada vez mais”, afirma Viviane.
No mundo da publicidade, as participantes do painel acreditam que os únicos que têm o poder de mudar este cenário majoritariamente masculino são os clientes das agências: “O cliente, que tem o dinheiro, é o único capaz de mudar isso, exigindo diversidade na que a equipe que o atende”, diz Joanna.
Por fim, apesar de serem poucas ocupando cargos executivos, Joanna acredita que o que falta no mercado de trabalho não é poder, mas protagonismo: “A gente não quer poder. A gente quer protagonismo. Odeio essa coisa de empoderamento feminino. O protagonismo é o mais difícil e é exatamente isso o que a gente quer”, afirma.