Rio2C: Hubs de criatividade e inovação aceleram negócios
25/04/2019
As grandes empresas têm se aproximado cada vez mais de startups em busca de soluções para problemas e de maior eficiência em seus processos. Painéis da Rio2C 2019 apresentaram como empreendedores estão criando vínculos com o mundo corporativo tradicional graças a iniciativas e espaços que dão robustez a seus projetos e facilitam a contratação. Hubs de criatividade, como o Oito e a Fábrica de Startups, foram alguns desses exemplos de sucesso apresentados.
A Fábrica, que fica na região do Porto Maravilha do Rio de Janeiro, surgiu em Portugal, mas se instalou também na capital fluminense há dois anos a partir da identificação do potencial da cidade para a inovação. Além dos profissionais incubados, há a colaboração de participantes de projetos sociais. Hoje ela atua em parceria com escola francesa para capacitar moradores da comunidade da Providência para a produção de software e desenvolvimento de tecnologia.
“Não faz sentido falar em fortalecimento do ecossistema de inovação se não investirmos em inclusão. Era incômodo ver a paisagem da Providência e não tomar nenhuma iniciativa”, conta Hector Gusmão, presidente da Fábrica de Startups Brasil, que participou do painel “Hubs de Inovação: Oportunidades para o RJ”.
A combinação de inovação e inclusão gera potencial para o hub, que assim ganha atratividade para as empresas. Constantemente, grandes corporações apresentam demandas, que acabam sendo atendidas pela Fábrica, que conta com a força dos aprendizes.
A lógica de que os pequenos e iniciantes negócios podem responder aos desafios de forma mais criativa e eficiente que os grandes departamentos do mundo corporativo também guia o trabalho do Oito, hub de inovação e empreendedorismo da Oi.
O diretor Pedro Abreu conta que empresas parceiras têm procurado o atendimento das startups, que dividem espaço em Ipanema. A própria companhia de telefonia apresentou demandas ao hub, principalmente para serem estudas pela segunda rodada de seleção, que já se iniciou.
“Acreditamos que podemos transformar ideias em negócios”, afirma Abreu.
A integração entre as startups e as maiores empresas do país também foi vista como promissora pelos participantes do painel “Inovação Aberta & Criatividade”. O corporate success do projeto Cubo, do banco Itaú, Rodolfo Zhouri, reconhece que os executivos de negócios tradicionais têm dificuldade em identificar falhas em seus sistemas e que precisam de uma interação maior com os empreendedores para encontrar os problemas e achar soluções. Por isso, cerca de 25 grandes empresas já estão presentes diretamente no hub, atuando junto das mais de 120 startups.
“Executivos não são treinados para pensar em dores. Muitas vezes não entendem onde está o problema. Mas para contratarem uma startup precisam superar medos e dificuldades, como por exemplo, de balanços auditados”, explicou Zhouri.
Gustavo Queiroz, gerente de Open Innovation e Transformação Digial da brMalls, que administra 40 shoppings, também ressaltou a resistência à inovação no modelo clássico de gestão, principalmente em empresas que foram bem sucedidas no ambiente tradicional. Com o crescimento do comércio eletrônico e do acesso à internet, as gigantes do mercado varejista estão buscando transformação e encontram nas startups um auxílio. “Acredito num formato de colaboração e parceria com as startups. Elas podem apresentar boas soluções para melhorar a experiência dos consumidores”, disse Queiroz.
A responsável pelo Hub de Transformação Digital do grupo educacional Kroton, Gabriela Diuana, também defendeu a aproximação entre empreendedores e grandes empresas, mas ressaltou a necessidade de mudanças culturais internas para que a inovação avance. Segundo ela, ter um setor voltado para a transformação e embaixadores em diferentes departamentos com essa motivação ajuda no processo. “Nosso setor tem bastante autonomia e a presença dos multiplicadores dentro da companhia está sendo fundamental”, contou Gabriela.