Os reflexos provocados pelos dois anos de pandemia é um tema de abordagem recorrente nos estudos de psicologia, que vem sendo abordado também na arte. Nesta semana, Centro Cultural Oi Futuro abre as portas para a ocupação artística “Lugar de cabeça, Lugar de Corpo”, que terá início no dia 13 de maio e se estenderá até o dia 12 de junho.

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Protagonizada por mulheres, o projeto é fruto de uma colaboração entre três coletivos independentes que se debruçam nos debates sobre saúde mental, relacionando-os com a arte. São eles: o núcleo artístico Projeto Trajetórias, coordenado pelo diretor Ivan Sugahara e pela atriz Danielle Oliveira; o coletivo teatral En La Barca Jornadas Teatrais, coordenado pelo ator e diretor Bruno Peixoto e pela atriz Anna Fernanda; e o Espaço Travessia, coordenado pelo artista e curador Marcelo Valle.

O projeto tem o objetivo de abordar questões de saúde mental agravadas durante o período de isolamento social. Um dado levados em conta, por exemplo, é o do Instituto Ipsos, que aponta que “o bem-estar mental de 53% dos brasileiros piorou em um contexto de pós-pandemia”. A exposição destaca também as discussões sobre a luta antimanicomial e os movimentos da reforma psiquiátrica. O evento será divido em três partes:

I – Performance de teatro e dança: “Uma Mulher ao Sol” 

Embalada pela leitura de trechos do livro “Hospício é Deus” (1965), de Maura Lopes Cançado, as atrizes Danielle Oliveira e Maria Augusta Montera relacionam, através do teatro e da dança, o período de confinamento durante a pandemia com a reclusão vivenciada pela escritora em uma de suas internações no Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro.

A apresentação tem classificação de 16 anos e será exibida a partir do dia 13 de maio, de sexta a domingo, às 20h, com distribuição de senhas.

II- Instalação: “Arte em Travessia” 

Em memória ao Dia da Luta Antimanicomial, a exposição ficará disponível a partir do dia 18 de maio, de quarta a domingo, das 11h às 18h, e contará com a mostra de materiais históricos da psiquiatria e obras plásticas de usuários da rede pública de saúde mental e de artistas visuais ligados ao Espaço Travessia e Núcleo de Cultura e Ciência do Instituto Municipal Nise da Silveira. A classificação é de 12 anos e a entrada é gratuita.

III- Intervenção cênica: “Entrada Franca aos Visitantes”

Completando a tríade, a intervenção cênica comandada pelas atrizes Anna Fernanda e Nady Oliveira, será exibida a partir do dia 19 de maio de quinta a domingo, no horário de 14h às 18h, e trará narrativas de mulheres que vivenciaram o cotidiano das internações psiquiátricas de alguma forma, seja como usuárias ou como profissionais da saúde. 

A classificação é de 12 anos e a entrada é gratuita.

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