SXSW 2021 – Macrotendências para o futuro: Inovação focada no coletivo
07/04/2021
Em março, inovadores, futuristas, criativos de tecnologia, pensadores contemporâneos reuniram-se na primeira edição 100% remota e digital do South by Southwest – SxSW para discutir e refletir sobre inovação em seus mais diversos aspectos e seu impacto nas mais diferentes áreas de atuação humana. Todo SxSW reverbera o momento presente mas, acima de tudo, indica os caminhos a seguir. Já falamos das mudanças na forma de consumir (clique para ler) e na virtualização de experiências e realidades aqui. Neste último texto da série “SXSW 2021 – Macrotendências para o futuro”, jogamos luz sobre a inovação focada no coletivo.
Foi consenso na conferência que as mudanças positivas não dizem respeito mais ao indivíduo. É sobre coletividade. Envolver a comunidade no processo de construção de soluções e decisões é mandatório neste novo tempo de redes sociais e engajamento, no qual as pessoas não são mais espectadores mas forjam a sua própria experiência de ser e estar no mundo. O ser humano não quer mais imaginar e esperar por um mundo melhor, ele vai construí-lo coletivamente: as soluções que até então vinham prontas agora devem ser co-criadas com a comunidade.
PERTENCIMENTO
Promover o encontro e a formação de novas comunidades é cada vez mais o objetivo comum. Pensar no coletivo conversa diretamente com a interseção do local x global. As comunidades virtuais ignoram as fronteiras geográficas. Elas se constroem por afinidades, valores e interesses compartilhados que criar uma sensação de pertencimento. E foi através da tecnologia que as pessoas puderam estar, pertencer e se relacionar. Não é um fenômeno que ficará restrito aos anos de pandemia. O virtual é invariavelmente parte do que somos e do que fazemos. Podemos pensar, por exemplo, na ressignificação de plataformas já existentes para se adequar às pessoas e suas novas necessidades, como por exemplo as escolas usando o Whatsapp como ferramenta de aprendizagem e artistas usando games para suas performances.
EMPATIA
Foi uma das palavras mais abordadas no SXSW. Melinda Gates apontou a empatia como chave para o futuro – cada vez mais os movimentos, individuais e coletivos, em prol da comunidade e do planeta ganharão força como o único caminho para o mundo e a humanidade. A economia da empatia, como foi definida por Rana el Kaliouby, engenheira pós-doutorada pelo MIT, é o direcionador das inovações na área de Inteligência Artificial. Para todos os setores, é fundamental atrelar o discurso à prática empática de seus negócios, onde o foco não será somente lucro mas impacto social, ambiental e humano, porque as pessoas estão mais atentas às marcas que consomem e às empresas com as quais se relacionam.
Nesse sentido, marcas e empresas serão mais pressionadas a se posicionarem diante de questões de relevância local e global, como raça, gênero, direitos humanos, meio ambiente. Quatro conselhos de Dipanjan Chatterjee, vice-presidente e analista da Forrester: ser honesto e humilde para entender sobre a história; ter iniciativas conectadas ao negócio e sociedade e não apenas à comunicação; atenção a cada etapa operacional desde a base; ser verdadeiro com os seus valores.
CRIATIVIDADE
A criatividade é apontada como a ferramenta humana mais poderosa quando pensamos em inovação. “A criatividade tem um poder único para movimentar opiniões, mudar mentes e impulsionar a mudança”, afirmou Marc Pritchard, Chief Brand Officer da Procter & Gamble. Ela deve, portanto, ser encorajada e estimulada no ambiente profissional e de negócios para comunicar, engajar, desenvolver ferramentas, construir cenários, encontrar soluções, propor novas alternativas, se conectar com o presente e visualizar o futuro.