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#WomenInCulture: o feminino na criação de um amanhã mais diverso

13/05/2019

#WomenInCulture: o feminino na criação de um amanhã mais diverso

Nesta segunda-feira (13) começam as atividades da 6ª edição da Museum Week, movimento internacional que convida o público geral à visitação e experimentação de espaços culturais. O objetivo é dar visibilidade do trabalho realizado por esses locais e convocar para a visitação  por meio da divulgação de hashtags oficiais nas redes sociais durante sete dias. Este ano, a edição será marcada pelo apoio a um tema grandioso: o lugar das mulheres na cultura, ontem, hoje e amanhã.

#WomenInCulture é a hashtag que inaugura a semana e provoca a reflexão sobre os lugares que o mundo da cultura deve oferecer a meninas e mulheres que estruturam a sociedade por meio de suas ações. Bruna Cruz, museóloga do Museu das Telecomunicações e responsável pelo Programa Educativo do Centro Cultural Oi Futuro, é uma de nossas mentes femininas e nos ajuda a entender melhor sobre a importância de ocupação desses espaços.

“O gênero feminino, dentro de suas mais variadas formas, está inserido dentro das coleções e dos corpos técnicos dos museus. Acredito que as lideranças femininas dentro do Instituto Oi Futuro reverberam nas pautas de atuação dentro do Centro Cultural e também de todas as outras frentes sociais onde operamos”, conta.

Mulheres na arte, história, ciência e literatura não são novidades da contemporaneidade. Entretanto, muitas não têm seus legados devidamente difundidos e celebrados, o que faz com que suas memórias sejam negligenciadas nos livros de história. Para contestar esse cenário, além de buscar por conta própria essas figuras femininas, devemos olhar atentamente às obras de grandes artistas, escritoras e pesquisadoras atuais, para que sirvam cada vez mais como inspiração para as próximas gerações.

Apesar de ser um quadro em mudança, uma vez que é crescente a participação de mulheres em posição de liderança no meio cultural, ainda existem barreiras a ser vencidas. Especialmente porque ainda há muitas profissionais em papéis coadjuvantes.  Restaurar disparidades para construir futuros inovadores é, portanto, um exercício de todos, alerta a museóloga.

“O acervo mental de cada um deve conter referências a nomes do gênero feminino tornando a inclusão de produtoras, artistas e técnicas uma causa sem lados, mas de interesse coletivo”, ressalta.

Bruna atenta também para a questão da maternidade, que ainda não é percebida a partir do seu tempo natural e biológico, mas tratada muitas vezes como um inconveniente. Diferente do que possa imaginar a maioria que pensa no museu enquanto um lugar estático, movimento é algo que faz parte da rotina da museóloga. Contudo, como fruto de uma sociedade patriarcal, o tempo também é pensado na velocidade em que os homens funcionam e operam suas atividades. A maternidade se torna então mais um princípio para exclusão de muitas mulheres – um desafio a ser pensado e vencido.

“Acredito que a arte é o caminho para reformulação de todas as questões que permeiam nossa sociedade. Através dela podemos acessar novas formas para refletir e compreender aspectos sociais. A inovação social pode nos ajudar a trilhar novas trajetórias. E para inovar é preciso repensar abertamente sobre nossas questões e a linguagem artística colabora em função de alcançar novas perspectivas”, explica.

Como incentivo àquelas que encontram no meio artístico e cultural sua forma de expressão, Bruna acredita que duas mulheres nos cabem como inspiração: a primeira é Vera Rubin, astrônoma americana, que dizia preferir ficar acordada observando as estrelas em vez de dormir quando criança. A segunda é Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana, que nos diz que quando vemos a mesma coisa de novo e de novo, ela se torna normal – mesmo que não devesse.

“Moças, observemos as estrelas e sonhemos cada vez mais alto enquanto preenchemos lacunas e conquistamos espaços, de novo e de novo, até que seja normal”, ensina Bruna. 

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