Realizada em 2018, a Bienal de Arte Digital do Festival de Arte Digital (FAD) retorna em 2022 para sua segunda edição. Sucesso de público com cerca de 70 mil visitantes no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, desta vez ocorrerá apenas na capital carioca entre 5 de novembro de 2022 e 22 de janeiro de 2023, no Oi Futuro, no Flamengo. O patrocínio é da Oi, com incentivo da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A correalização é do Oi Futuro.
O tema: Condições de Existência
A segunda edição da Bienal de Arte Digital quer refletir sobre as nossas condições de existir no mundo. Já inseridos em uma época em que as ‘Linguagens híbridas’ – o tema da primeira Bienal – são realidade, como convivemos com a tecnologia em um mundo completamente digital?
Em seu texto de apresentação da Bienal de Arte Digital, Tadeus Mucelli, curador artístico e criador do Festival de Arte Digital, explica: “uma bienal é como um livro que, através de capítulos, tentamos dar voz a narrativas e visões, formas de ‘ser’ e ‘ver’ no mundo com as coisas sencientes. E quando dizemos “coisas” estamos incluindo uma ontologia digital (da vida) em interseção ou sobreposição a ontologia humana (de estar no mundo). Onde formas, processos e modos de existir convivem quase que onipresente com o que entendemos por ‘sersientes’, numa aproximação além de biorgânica e biotecnológica. Um olhar mais holístico que considera as terceiras partes (algoritmos, computação inteligente, formas digitais de ‘vida’) muito presentes em nosso cotidiano.
Se tratamos das “Linguagens Híbridas” como a impossível separação entre arte, ciência e tecnologia, produtoras de ferramentas capazes de produzir novas realidades, novas experiências de vida, em CONDIÇÕES DE EXISTÊNCIA buscamos compreender, pensar e propor as formas de COEXISTÊNCIA.
Como coexistir, ‘viver, ‘ser ‘ na dimensão de um mundo biotecnológico e pós-digital?
O questionamento é abrangente quando se dá conta de que existência se dá sob perspectivas distintas e múltiplas. Os olhares sobre o ‘como existir’ e suas ‘condições’ são de uma forma um infinito exercício da própria maneira de perceber e viver o mundo. Um olhar em direção a coexistência.
Existir, coexistir. Condições de existência.
Quais são as formas de existência possíveis em nosso presente?
Quais as condições humanas frente ao mundo técnico e digital?
O quão estamos inseridos para uma ontologia digital da vida que redireciona o sentido humano de ser e viver?
No avanço das sociedades biotecnológicas e digitais onde coexistimos?
Arte, ciência e tecnologia são campos ricos do conhecimento e da produção humana. Sobretudo, são lugares de nossa existência e produzem formas e sentidos de viver. Somos imensamente diversos se considerarmos que as condições de existência se escaldam desde a geografia, política, economia, culturas e costumes, mentalidades.
Mas na aproximação de um mundo habitado por dados, informação, inteligência artificial, máquinas inteligentes e relações biocíbridas estamos em uma rede muito mais complexa do ‘estar no mundo’. As humanidades digitais, como campo de estudo, vêm tentando mitigar os efeitos disso e potencializar nossa forma de lidar com formas de existir e operar no digital, por exemplo.
Em sua segunda edição, a Bienal de Arte Digital busca proposições para as adversidades, mas também em meio as potencialidades das condições de existir, trabalhos artísticos-científicos com o uso de tecnologias digitais nas mais diversas formas de expressão como discursos, textos, imagens, formas audiovisuais, virtuais, além de fazeres diversos que possam integrar um capítulo importante de nossa produção artística, intelectual, social e política nesse momento”.