PAULA PERISSINOTO E O FILE
08/08/2013

O Festival que promove, divulga e estimula a produção estética digital no Brasil
Especializada em temas que abordam cultura e linguagem eletrônica digital, Paula Perissinoto é formada em artes plásticas pela FAAP e mestre em poéticas visuais pela ECA (Escola de Comunicação e Artes da USP). É, também, mestre em Curadoria e Práticas Culturais em Arte e Novas Mídias pela MECAD/IESD (Barcelona/Espanha). Desde 2000, criou, junto com Ricardo Barreto, o FILE, o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica que promove e incentiva as produções científicas, estéticas e culturais relacionadas à cultura digital. Atua na seleção das obras, relações internacionais e também na viabilização formal dos projetos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Atualmente, coordena o curso de graduação em Produção Multimídia do IED – Instituto Europeu de Design de São Paulo. Nesta edição, Paula conta tudo sobre o FILE, o Festival que chega em setembro ao Oi Futuro. Aguardamos vocês lá!
OF. O FILE é o maior festival de arte e tecnologia no Brasil. Como surgiu e qual a sua importância para a cultura digital?
PP. O FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – é uma organização cultural sem fins lucrativos que viabiliza uma reflexão atual sobre as principais questões do universo eletrônico-digital contemporâneo, e vem divulgando, durante os 14 anos de existência através de eventos e de publicações, as produções estéticas realizadas a partir da linguagem eletrônica e digital pelo Brasil. Se constitui como um plataforma cultural internacional e promove no país o acesso às produções internacionais de ponta ligadas ao universo da cultura digital. Nesse sentido, vem inserindo o Brasil na agenda e nas discussões internacionais relevantes dentro do contexto cultural das novas mídias contemporâneas. O festival acredita que as parcerias culturais interestaduais de âmbito nacional, na realização de seus projetos, trazem uma excelente oportunidade para a disseminação democrática da cultura digital; uma vez que oferece acesso gratuito a produções culturais de qualidade.
OF. É a primeira vez que festival chega a Belo Horizonte? O que o público pode esperar?
PP. Pela primeira vez o FILE realizará uma versão expositiva na cidade de Belo Horizonte. Esta mostra significa um recorte no que tange o braço da exposição do evento. A exposição se adaptará às condições de realização, assim como a proporcionalidade do espaço físico para sua execução. A curadoria do festival optou por projetos que expressam a produção atual, pois as obras que serão exibidas foram realizadas entre 2012 e 2013. O publico terá acesso à produção estética de última geração e que busca explorar a tecnologia dos tabletes como fonte de pesquisa e interface paras suas instalações.
OI. Quais as cidades que já receberam o evento?
PP. O FILE nasceu na cidade de São Paulo no ano 2000 e acontece na mesma cidade anualmente desde então. O festival realiza exposições em outras cidades do Brasil desde o ano de 2002. Realizou mostras em Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e mais recentemente em Petrópolis e em BH, com intervenções em Havana, Luanda, Roterdã e Florença. Na cidade do Rio de Janeiro realiza-se anualmente desde o ano de 2006 a versão expositiva do FILE e trata-se da maior mostra fora da cidade de São Paulo. Com o apoio e incentivo do Oi Futuro realizamos também na cidade do Rio de Janeiro dois braços autônomos do festival, o FILE Games e o Hipersônica.
OF. Como você começou a se interessar pela linguagem digital?
PP. No final da década de noventa o Ricardo Barreto e eu começamos a tatear a Internet como espaço de expressão estética. Entendemos que havia neste contexto um universo inteiro a ser explorado. Como artistas, realizamos alguns projetos em conjunto e então compreendemos que existia ali, no espaço cibernético chamado de rede, web ou www, o acesso às produções estéticas de varios lugares do mundo. Pensamos sobre a possibilidade de expor tais produções e então surgiu o FILE. A Internet foi o estopim da nossa existência.