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Como o ChatGPT pode ser usado em sala de aula? O NAVE responde!

23/03/2023

Como o ChatGPT pode ser usado em sala de aula? O NAVE responde!

O professor Igor Moreno, do NAVE Rio, nos conta como aborda o uso da tecnologia com seus alunos

Quem tem medo da Inteligência Artificial? O ChatGPT colocou de vez a IA na roda de conversa fora do mundo Tech, acelerando uma era de incertezas. Para o universo da Educação, uma das grandes preocupações é como ela vai afetar o processo de aprendizagem de crianças e jovens.

São muitas as perguntas de educadores, escolas e universidades diante das mudanças que já estão acontecendo. Como trazer para o cenário educacional algo que ainda estamos tentando entender? Algumas instituições se precipitaram e já proibiram o uso da ferramenta. Mas não há como controlar o avanço da tecnologia e toda mudança que ela trará, alertaram os futuristas durante o SXSW 2023, evento de inovação e tecnologia que aconteceu no Texas, EUA, na semana passada.

“É importante capacitar as pessoas para um uso crítico da Inteligência Artificial”, apontou Amy Webb na abertura da conferência . No Núcleo Avançado em Educação – NAVE, o Chat GPT vai se transformar em tema de aula na turma de Programação. Na sexta-feira, dia 24 de março, o professor Igor Moreno vai levar a IA para dentro da sala de aula no NAVE Rio. Nessa entrevista, ele conta como será.

Como vai funcionar essa aula, o que vai ser abordado?
Igor Moreno: A aula vai ser sobre como as ferramentas generativas, principalmente o chatGPT, podem ser usadas para auxiliar na programação de computadores. A ideia é que seja bem experimental: professor e alunos vão acessar a IA e formular perguntas (prompts) sobre suas dúvidas em programação, de modo que o modelo forneça possíveis soluções em código.

A linguagem de programação que usaremos é o GDScript, da engine Godot – é uma ferramenta de programação de jogos que utilizamos em sala de aula para construir games. Os educandos têm certo conhecimento da linguagem, porém ainda não a ponto de serem autossuficientes. O código gerado pela IA vai ser testado na plataforma, e vamos debater o que está correto e incorreto, e se o código gerado pela máquina é eficiente. Com isso espero informá-los melhor sobre as capacidades e limitações de uma IA e melhorar o entendimento do conteúdo.

É esperado que estudantes de programação procurem snippets (pedaços) de código na Internet, sendo que eles nem sempre entendem o que estão copiando e colando. nosso objetivo com aula é habilitá-los a gerar uma solução personalizada para os problemas e refinar o senso crítico.

Qual a importância de levar para a sala de aula tecnologias tão atuais como o chatGPT?
No NAVE temos sempre a ideia de aproximar o conteúdo abordado à realidade do mercado, e o uso de IAs generativas tem gerado bastante discussão, interesse e até mesmo desinformação no meio. Ao trazer essas ferramentas para a sala de aula, queremos desmistificar essa situação para os alunos, abordando os benefícios, malefícios, implicações éticas e legalidade de seu uso em diversas áreas. Para aqueles educandos que já conhecem a ferramenta, podemos guiar com explicações sobre melhores práticas e macetes. E para os educandos que não estão inteirados sobre o assunto, apresentar a ferramenta como uma possível ajuda no autoestudo.

Qual o nível do desafio de falar sobre algo tão atual e ao mesmo já tão usado nas redes?
Eu diria que, se estivéssemos falando da rede como um todo, o desafio seria abordar algo original, que não tivesse sido comentado e debatido quase à exaustão. Cada segmento aborda um quesito das Inteligências Artificiais: autores e editoras debatem sobre o uso de ferramentas generativas para criação de narrativas e a questão de direitos autorais. Ilustradores opinam sobre plágio, ao passo que os modelos de machine learning precisam de obras reais para comparar, reproduzir e retrabalhar. No ambiente escolar, fala-se muito sobre uso das IAs para gerar trabalhos prontos, como redações e dissertações.

Contudo, estamos num contexto bem particular – um curso técnico de programação em uma escola estadual. Há pouco ou nenhum precedente que possa gerar atrito com opiniões pré-formadas por parte dos educandos, e a maioria ainda não faz uso dessas ferramentas, seja por desconhecimento ou baixa familiaridade com os passos para fazê-lo. Então eu diria que há muito potencial no assunto!

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