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Festival Oi Futuro: como a arte pode ajudar a reinventar o futuro pós-pandemia

21/07/2020

Festival Oi Futuro: como a arte pode ajudar a reinventar o futuro pós-pandemia

“Temos a arte para não morrer da verdade”, dizia o filósofo Friedrich Nietzsche.  Hoje, no contexto do isolamento social, vivenciamos isso no dia-a-dia: para aliviar a tensão do confinamento e cercados de incertezas, muitas vezes buscamos abrigo na música, no cinema, nas séries, nos livros, nas artes visuais, cênicas, digitais. Mas o papel da arte vai muito além de um antídoto contra a angústia: na construção do futuro pós-pandemia, a arte pode ajudar a reinventar realidades e a abrir novas perspectivas sobre o mundo. Este será o tema de uma das mesas do Festival Oi Futuro, que acontece nos dias 23 e 24 de julho e traz encontros inéditos de pensadores e líderes brasileiros e estrangeiros para refletir sobre os desafios do futuro pós-pandemia. Faça sua inscrição para o Festival Oi Futuro

A mesa “Arte e a reinvenção da realidade”, que integra a programação da sexta-feira, às 19h40, vai reunir o executivo Roberto Guimarães, gerente executivo de cultura do Oi Futuro, e o curador Marcello Dantas, com ampla atividade como diretor artístico interdisciplinar no Brasil e no exterior. “Com a pandemia, tivemos que relembrar o que nos é essencial na vida. Podemos afirmar que, de algum modo, estamos percebendo que a arte também nos é essencial”, diz Roberto Guimarães.

“O momento que estamos vivendo é tão inédito que nos faltam mecanismos de compreensão”, diz Marcello Dantas, que compara este período a “paredes com infiltrações”.  “É através dessas infiltrações que estamos aprendendo a nos permear, a sobreviver e a nos reinventar; e a arte é uma ferramenta nesse processo, ressignificando afetos, pensamentos e incertezas”, completa o curador.

Para Marcello, a arte também tem um papel fundamental na elaboração das angústias e perdas que temos vivenciado, fortalecendo nossa mente para seguirmos em frente. “É muito importante lembrar que, passada a pandemia, vamos viver um período de trauma. Na história da Humanidade, já passamos por vários períodos de trauma coletivo e, em todos, surgiram artistas, obras e movimentos artísticos importantes e emblemáticos”, diz o curador, lembrando a obra “Guernica” (1937), de Pablo Picasso, que denunciava a violência da Guerra Civil Espanhola e virou um ícone da época. Outro exemplo histórico é o período pós-regime militar no Brasil, em que a música, o teatro e as artes visuais produziram obras emblemáticas que refletiam as perdas e feridas deixadas na sociedade.

No Festival Oi Futuro, a dupla também vai falar sobre as transformações de linguagem provocadas na cena artística pela situação de isolamento social combinada com os avanços tecnológicos. “As pessoas estão mais conectadas do que nunca e há uma expansão do virtual sem precedentes, o que nos permite conquistar novos territórios e públicos. As pessoas estão sedentas por viver novas experiências sensoriais e também por revisitar vivências antigas, como o abraço, o toque”, diz Roberto, que acredita que as linguagens imersivas tendem a ganhar espaço na produção cultural.

“Não há mais como dissociar nós e as telas. A fronteira entre o Eu e o ser tecnológico se dissolveu. Estamos num momento em que a onipresença da tela nos faz não mais enxergar a própria tela”, comenta Marcello. “O futuro de toda tecnologia é se tornar invisível”, diz.

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