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Novo Ensino Médio: 7 passos para implementar um bom Projeto Integrado

21/06/2021

Novo Ensino Médio: 7 passos para implementar um bom Projeto Integrado

Novo Ensino Médio: 7 passos para implementar um bom Projeto Integrado

Aprender é um ato livre, ensina o psicólogo humanista Carl Rogers. E na proposta do Novo Ensino Médio, a liberdade ganhou lugar de destaque e o estudante, protagonismo.  O professor não é visto mais como o único detentor do conhecimento e provedor de informação. Ele atua como facilitador da aprendizagem, aquele que orienta para uma investigação autodirigida. Quem faz essa busca, quem empreende a investigação é o próprio aluno. Afinal, aprendizado não é o produto final, mas um processo.

Os itinerários formativos propostos pelo Novo Ensino Médio estimulam a liberdade de escolha dos estudantes, a busca autônoma por soluções e a construção colaborativa dos saberes. Eles criam um percurso com a oferta de diferentes caminhos, onde o jovem vai poder escolher, terá que tomar decisões, responsabilizar-se por elas, comunicar, trabalhar em equipe. No Núcleo Avançado em Educação -NAVE, o itinerário Educação Profissional e Tecnológica – EPT já é uma realidade. E, entre as metodologias ativas em nossas escolas, a Aprendizagem Baseada em Problemas tem destaque.

Alexandre Rangel, coordenador de cursos técnicos do NAVE, aponta inúmeras vantagens pedagógicas dessa metodologia para a elaboração de projetos integrados em linha com o que propõe o Novo Ensino Médio, articulando os componentes curriculares para o desenvolvimento de projetos. “A escola precisa formar o estudante para a vida, não para uma prova. E a vida não é compartimentada em disciplinas. Quando enfrentamos desafios e problemas, lançamos mão de diferentes habilidades, competências e saberes para resolvê-los. É isso que um projeto integrado de educação faz”, explica Rangel. Ele desenhou os sete passos para implementar um Projeto Integrado com base na Aprendizagem Baseada em Problemas nas escolas:

1 – Mapeie o resultado esperado

Entenda qual é o resultado esperado nas disciplinas envolvidas. Este é um passo muito importante, porque muitas ideias de projetos para resolução de problemas podem surgir, mas você precisará trabalhá-las alinhadas com os objetivos de aprendizagem e os resultados definidos para sua disciplina.

Por exemplo, na disciplina de “Metodologia de Desenvolvimento de Projetos”, um resultado esperado pode ser que os estudantes desenvolvam a competência de aventura e não tenham medo de falhar e aprender com seus erros.

2 – Pense na ideia de projeto ou no problema real que será trabalhado

Trabalhe a ideia de projeto em parceria com outros professores e disciplinas, pois um projeto para resolução de problemas pode requerer conhecimentos multidisciplinares. Valide a proposta com os estudantes e verifique se ela é emocionalmente significativa para eles.

3 – Formule uma ou mais Questões Orientadoras

A questão orientadora deve ser criada com base no problema. Ela indica as questões que serão investigadas pelos estudantes ao longo do projeto.

 

4- Defina o escopo do projeto

Defina a duração; quais tópicos ou disciplinas serão abordados; qual o problema que o projeto visa ajudar a resolver (é da própria escola? é da comunidade?); qual o público que ele atenderá; quais tecnologias serão utilizadas; que outros agentes ou parceiros precisam participar do projeto; quais são as entregas previstas.

5 – Avalie o aprendizado

É preciso avaliar a aprendizagem não apenas do conhecimento dos conteúdos, competências e habilidades, mas também das etapas e processos da construção do conhecimento do estudante enquanto ele desenvolve o projeto. Avalie o progresso individual do estudante no desenvolvimento das atividades em grupo, a nota do grupo/equipe, a autoavaliação e a avaliação entre pares.

6 – Fomente a autonomia dos estudantes

A autonomia dos estudantes é fundamental para o desenvolvimento de projetos. Mesmo que seja colocada em prática, em pequenos passos, ela é um pressuposto essencial para este método de aprendizagem. Os estudantes precisam ter liberdade para falhar, para aprender com seus erros, para investigar, buscar soluções alternativas e, assim, sentirem-se capazes de desenvolver o projeto.

7 – Facilite e administre todo o processo

A liberdade para aprender transforma o professor em um facilitador da aprendizagem e cria condições favoráveis para que, como ensina Carl Rogers, os estudantes experimentem a “liberdade de escolha, liberdade de expressão e liberdade de ser”. É uma atividade que vai além da mediação pedagógica e da disponibilização de recursos tecnológicos e materiais. Cabe ao professor, em parceria com seus estudantes, a tarefa de construir um ambiente para o desenvolvimento da confiança na capacidade de aprendizagem de um determinado grupo de alunos, assim como, na de cada um de seus integrantes. 

(…) quando os alunos percebem que têm liberdade para alcançar os seus objetivos, a maior parte deles se empenha mais pessoalmente nos esforços despendidos, trabalha mais aferradamente, retem e utiliza melhor o que aprendeu, diversamente do que ocorre em cursos convencionais“. (ROGERS, 1977)

 

Referências
ROGERS, Carl R. Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.

 

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