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Memórias afetivas da Dois de Dezembro viram curta

29/11/2018

Memórias afetivas da Dois de Dezembro viram curta

Moradores e frequentadores da Rua Dois de Dezembro participaram do Projeto Moradores compartilhando suas memórias sobre aquele território. Foto: Marcus Desimoni / NITRO

Ferreira, o porteiro do 78. Dona Generosa, do salão de beleza. Edeunice, a síndica e ex-telefonista. Luís Sérgio, morador do 137. A fadinha Helena, da loja de objetos esotéricos. Maza, o cantor de rua. Seu Artur do frete. O garotinho César “Radical”. Seu Sílvio e Alda, os vendedores de livros. Joseph, o “vereador” da Dois de Dezembro. Estes e dezenas de outros moradores, trabalhadores e frequentadores desta rua próxima ao Largo do Machado foram fotografados e tiveram suas histórias e memórias sobre a rua registradas. A ação fez parte do Projeto Moradores – A Humanidade do Patrimônio, um movimento de ocupação urbana pela valorização da identidade cultural e da memória dos moradores como o maior patrimônio que uma cidade ou um território pode ter.

A proposta une fotografia, audiovisual, literatura e contação de histórias e ocupou durante três dias uma tenda na rua em local próximo ao Oi Futuro, onde mais de 100 pessoas foram fotografadas e contaram um pouco de suas histórias e memórias. O resultado virou um curta que foi apresentado no dia 30 de novembro numa celebração pública na própria Dois de Dezembro. Além deum varal fotográfico, onde cada um pode retirar o seu retrato, nos muros da esquina das ruas Dois de Dezembro e Catete, foi exibido o filme curta-metragem produzido a partir das histórias e memórias contadas na tenda.

“A nossa intenção foi provocar essas pessoas. Fazer com que contassem sua relação com a rua e ao mesmo tempo, se escutassem, para que de alguma forma, se reconhecessem como patrimônio cultural desse importante pedaço histórico da cidade do Rio de Janeiro”, explica o escritor Gustavo Nolasco, autor do projeto ao lado dos fotógrafos Bruno Magalhães e Marcus Desimoni e do diretor Alexandre Baxter.

O projeto Moradores foi criado em 2012 pelo coletivo mineiro NITRO Histórias Visuais. Já passou por cinco estados, 18 cidades (entre elas, Paraty/RJ) e registrou a história de aproximadamente 3.000 pessoas. Foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como uma ação de sucesso em Educação Patrimonial. A ação na Rua Dois Dezembro contou com a participação especial da roteirista carioca Angélica Paulo e dos pesquisadores Alex Venâncio, Mateus Rubim e Paula Trocado, todos integrantes do Grupo Museologia Experimental e Imagem (MEI), da UniRio.

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