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“Capa em Cores” por Cynthia Young

01/02/2017

“Capa em Cores” por Cynthia Young

A curadora da exposição inaugurada há três anos, em Nova York, e que chega agora ao Oi Futuro Flamengo exibe trabalhos menos conhecidos de Robert Capa: o fotógrafo húngaro que se notabilizou pelas lendárias imagens em preto e branco, e suas coberturas de momentos dramáticos da História, como o desembarque aliado na Normandia, em junho de 1944. Fundador da Agência Magnum, Capa morreu em 25 de maio de 1954, fotografando a Guerra da Indochina, ao pisar acidentalmente em uma mina.

Mas, o que o público conhecerá agora na mostra “Capa em Cores” é um acervo de mais de uma centena de belíssimas imagens em cores e inéditas no Brasil, tiradas com filmes Kodachrome e Ektachrome. Inclui retratos célebres de grandes nomes da arte como Humphrey Bogart, Picasso, Hemingway, Ingmar Bergman e Roberto Rossellini. “O talento de Capa com o filme preto e branco foi extraordinário, mas seu trabalho em cor toma uma dimensão diferente e abre novas oportunidades a ele”, observa Cynthia Young, curadora do Arquivo Robert Capa no International Center of Photography, em Nova York.

OF. Como foi o seu primeiro contato com a obra de Robert Capa, considerado um ícone do fotojornalismo mundial?
CY. No ano 2000, comecei a trabalhar com a coleção no International Center of Photography (ICP), onde se encontra o Arquivo Robert Capa. O Museu foi aberto por seu irmão Cornell Capa para preservar, exibir e educar as pessoas no que diz respeito à fotografia e justiça social. Em 2007, eu trabalhei na retrospectiva “This Is War! Robert Capa at Work” e, desde então, venho atuando quase exclusivamente no Arquivo Capa.

OF. Muitos admiradores de Capa conhecem apenas as imagens em preto e branco do mestre. O que o público que comparecer ao Oi Futuro poderá esperar da mostra “Capa em Cores”?
CY. Capa começou a fotografar regularmente em cores em 1941, durante os dois primeiros anos da Segunda Guerra Mundial. Então a obra tem inicio com fotografias da Inglaterra e do Norte da África, com tropas britânicas e americanas. Depois disso, ele deixa a cor por alguns anos, por diversas razões técnicas e financeiras, e volta a usá-la novamente em 1947, para uma viagem à União Soviética, com John Steinbeck. A partir de então, quase todas suas obras sobre a Europa do pós-guerra e sua última viagem ao Japão e à Indochina foram fotografadas a cores e preto e branco. O trabalho é mostrado em algumas das maiores de revistas do final da década de 1940 e início da década de 1950.

OF. Esta é a mesma exposição que você promoveu no International Center of Photography de Nova York?
CY. Esta exposição foi inaugurada no International Center of Photography de Nova York, em janeiro de 2014, e seguiu depois para Budapeste, Tours, Lille e Madrid, e agora, Rio de Janeiro.

OF. O talento de Capa com o filme preto e branco foi extraordinário. Gostaria que você comentasse sobre o seu trabalho em cor, desde os seus primeiros experimentos, e falasse, também, sobre as imagens da Guerra Civil contidas na mala mexicana e extraviadas durante décadas.
CY. A cor é informação, por isso é interessante comparar fotografias a cores com imagens em preto e branco. Entretanto, a maior parte de seu trabalho mais conhecido não foi exibido em cores. A Guerra Civil Espanhola (1936-39) foi coberta por Capa junto com seus parceiros Gerda Taro e David “Chim” Seymour. Os negativos ficaram desaparecidos por décadas, até serem enviados para o ICP em uma valise vinda do México. Recriar a sequência original de seus negativos sobre a Espanha a partir das transparências em cor, quase desconhecidas desde a sua publicação, foi um processo fascinante.

SERVIÇO:

De 6 de fevereiro a 9 de abril

Terça a domingo, das 11h às 20h | Térreo e Níveis 2, 4 e 5

Entrada franca | Classificação etária: livre

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