CONHEÇA A REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS
28/10/2014

“A Agricultura Urbana é uma declaração de amor à cidade.” professor Clarilton Ribas, CCA/UFSC.
A produção excessiva de lixo é um problema grave vivido pela nossa sociedade. Dentro de uma tradição cada vez mais consumista, nos deparamos constantemente com restos de papéis, plásticos, vidros e resíduos orgânicos que muitas vezes não sabemos onde depositar ou onde serão despejados no final de ser percurso.
Criado em 2008, o projeto Revolução dos Baldinhos caminha em busca de uma solução para o problema do lixo em Chico Mendes, Novo Horizonte e Santa Glória, três das nove comunidades do Bairro Monte Cristo, em Florianópolis, que não contam com um sistema de coleta frequente.
Nessas comunidades, sacolas e restos de comida acabavam ficando muito tempo expostos nas ruas, atraindo ratos, insetos e outros animais indesejados, expondo a população à doenças – questão de saúde pública. Incomodados com essa situação, o posto de saúde, escola, creche e a associação de moradores local se reuniram com técnicos do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), organização da sociedade civil que trabalha em favor da agricultura de grupo, com o objetivo de encontrarem juntos, uma solução para a gestão de resíduos orgânicos no bairro Monte Cristo.
As ações desenvolvidas têm foco na sustentabilidade e o aumento da reciclagem dos resíduos orgânicos, que correspondem a 50% em peso do lixo doméstico. Como? Uma combinação de compostagem termofílica* e agricultura urbana. Essa forma de compostagem transforma todos os meses uma média de 12 toneladas de resíduos orgânicos do bairro Monte Cristo em adubo!
Mais do que uma solução ambiental, a compostagem também integra o programa de educação complementar do CEPAGRO, que cuida de estudos ambientais – “As oficinas são uma estratégia de multiplicação da prática, para que as crianças possam entender o processo e estimular a família a fazer em casa”, explica Júlio Maestri, coordenador executivo do Projeto. “Os alunos depois levam a mini-composteira para a sala de aula, para acompanhar todo o processo de decomposição dos resíduos orgânicos”.
O Oi Futuro apoia o projeto há um ano, dentre as ações previstas destacamos a formação de jovens empreendedores na produção e comercialização do adubo orgânico, possibilitando a contratação de um grupo de moradores com carteira assinada, o fortalecimento das ações de agricultura urbana na comunidade, bem como articulações para sua ampliação.
A expectativa é que este modelo de gestão comunitária de resíduos orgânicos e agricultura urbana seja reaplicado em outras comunidades a partir de 2015, tanto em Florianópolis, como pelo país!
*Entenda como funciona o processo.