Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação lembra luta contra aridez
17/06/2015
Comemorado pela primeira vez em 17 de junho de 1995, quando passou a fazer parte do cronograma da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação representa muito mais do que uma data no calendário. A degradação do solo é um processo preocupante que atinge cerca de 40% da superfície terrestre, distribuídos em aproximadamente 100 países, segundo a ONU. A aridez do solo afeta a sobrevivência do ser humano, de plantas e animais. Atento a esse movimento e buscando contribuir com a redução dos impactos relacionados às mudanças climáticas e, por conseguinte ao processo de desertificação, o Oi Futuro, por meio do Oi Novos Brasis, apoia projetos socioambientais em todo o país, como por exemplo, o Educando para Recaatingar, do Instituto Mata Branca, na Bahia.
Para Antonio Rocha Magalhães, presidente do Comitê Científico da Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Secas (UNCCD, em inglês), a luta que motiva o dia parte de três ações. “Primeiro, é preciso que exista planejamento; em segundo lugar, precisamos reflorestar áreas já desmatadas; ao mesmo tempo, deve-se lutar contra a poluição dos rios”.
Apesar de entrelaçados, os fenômenos de seca e desertificação são distintos, ainda que mais comuns no mesmo tipo de clima, como o semiárido presente no Nordeste do país. “A desertificação corresponde à degradação de um solo; por outro lado, pode haver seca, ou seja, falta de chuva, mesmo onde ela não ocorre”. “Os processos se complementam”, explica Magalhães. “A retirada de cobertura vegetal, somada às chuvas ou ventos, retira a parte fértil e vai deixando o solo cada vez mais frágil”. Para a prevenção de ambas, o especialista destaca a participação das populações regionais como uma das bases para o uso menos nocivo do solo.
O projeto Educando para Recaatingar atua com atividades de reflorestamento de trechos desertificados, reabilitação de viveiros, recuperação de áreas degradadas e a sensibilização das comunidades para a utilização de técnicas adequadas de plantio e manejo de espécies nativas visando a preservação e conservação da sociobiodiversidade presente no bioma caatinga, em especial no município de Curaçá, onde o projeto é desenvolvido.
Provocar a mudança de relação entre os habitantes da cidade e o uso de recursos é um dos desafios apontados por Edimilson dos Santos, responsável pelo projeto baiano: “Algumas pessoas se sentem ameaçadas por precisarem mudar o modo como fazem suas atividades. Elas têm de repensar suas ações e, conforme o projeto avança, mudam também seu discurso, isso é algo visível”, conta.
Para Antonio Magalhaes, a importância da compreensão do bom uso dos recursos naturais por parte das comunidades é, de fato, um consenso. O papel da população pode ser decisivo à medida que fatores naturais e ações humanas, quando negativamente combinados, podem significar a total condenação de algumas áreas. Entretanto, o contrário também é verdadeiro.
O esforço do homem pode representar uma mudança positiva. Quer fazer a sua parte? Conheça outros projetos e contribua por um mundo melhor. http://www.oifuturo.org.br/sustentabilidade/oi-novos-brasis/projetos-sustentabilidade/