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Mentorias e formação aceleram projetos do edital Impulso

07/03/2019

Mentorias e formação aceleram projetos do edital Impulso

A segunda edição do edital Impulso iniciada em 2018 ainda está longe de terminar, mas as histórias de aceleração dos projetos selecionados já estão provocando transformações nos negócios participantes. Fruto de uma parceria entre os institutos Oi Futuro e Ekloos, o edital foi lançado em agosto e recebeu 411 inscrições de todo o estado do Rio, incluindo negócios sociais e ONGs. Dos 20 proponentes selecionados, 14 eram iniciativas e 6 negócios sociais. De outubro para cá eles estão recebendo mentorias e formação no Labora, nosso laboratório de inovação social, para estruturar seus processos de gestão e acelerarem o crescimento dos seus negócios sempre com foco no impacto a ser gerado.

Ao longo desses cinco primeiros meses de aceleração, os empreendedores sociais estão se reunindo a cada 15 dias com uma equipe multidisciplinar que co-cria, orienta, articula e estimula diversos aspectos de crescimento e desenvolvimento dos projetos. Estar perto da realidade desses empreendedores sociais é ponto de partida para o edital Impulso. A coordenadora de Inovação Social e Esporte do Oi Futuro, Flavia Vianna, explica que só há possibilidade de dialogar e gerar transformação quando compreende-se a particularidade de cada projeto. “Olhamos para a gestão de cada organização e pensamos: de que forma podemos melhorar a estratégia de inovação? Como eles organizam as contas? Como implementar um pensamento sustentável nesse cenário? E fazemos tudo isso dialogando o tempo inteiro com todos os atores para compreender estratégias possíveis dentro dos parâmetros de cada um”, conclui.

Entre os negócios selecionados há diversas frentes de atuação. A Casa Fluminense, por exemplo, é uma organização da sociedade civil apartidária que reúne ativistas, lideranças sociais e pesquisadores que constroem coletivamente políticas e ações para o Rio de Janeiro. Desde que eles foram selecionados para o Impulso, algumas metodologias foram incluídas na forma de pensar soluções para as questões abordadas internamente. “A experiência tem sido muito boa e está superando as nossas expectativas. Aprendemos a usar o Design Thinking e o Canvas para desenhar quais são os grandes sonhos que temos para o nosso projeto e isso está fazendo toda a diferença”, conta Henrique Silveira, coordenador executivo da Casa Fluminense.

No negócio social “A Era Uma Vez o Mundo”, que cria e fabrica brinquedos educativos de tecido desde 2017, a venda que antes era só online passou a contar também com um ponto de loja física no centro do Rio. O produto mais famoso vendido da loja é a boneca Dandara, que homenageia a famosa heroína e uma das lideranças do Quilombo dos Palmares, uma das mais importantes comunidades de resistência à escravidão durante o Brasil Colonial. O negócio social vende cerca de 100 produtos por mês e com a expansão, a ideia é chegar no fim de 2019 com a venda de 10 mil bonecas. “Entrei em um MBA pois precisava sair da teoria e aprender mais sobre gestão de negócios. Agora, além disso, fomos finalmente conectados a prática com o Impulso e percebemos que as pessoas gostam de ver os nossos produtos antes de comprarem. Temos ouvido muitos elogios e conquistado um lugar de ‘normalidade’ onde a pessoa que quer comprar uma boneca negra e não acha nas Lojas Americanas consegue encontra-la aqui”, diz Jaciana Melquiades, historiadora e nome à frente da “A Era Uma Vez o Mundo”.

No caso do projeto “As Marias da Graça”, por exemplo, que existe há 28 anos, o grupo pioneiro de palhaçaria feminina no Brasil entendeu que o novo desafio não era mais falar sobre o empoderamento das mulheres ou ensinar a nobre arte do palhaço para elas, mas sim reconectar as fundadoras do projeto entre si. “Hoje fazemos espetáculos, organizamos um festival internacional, damos aulas, já fomos até mesmo um ponto de cultura para mulheres vítimas de violência doméstica. Mas houve um estrangulamento do nosso mercado que nós mesmas ajudamos a criar onde a nossa participação como grupo foi reduzida. Nos encontrarmos nas reuniões do Impulso tem sido revigorante para repensarmos o nosso próprio grupo e criarmos estratégias para ele”, conta Karla Concá, atriz, palhaça e uma das fundadoras do “As Marias da Graça”.

“O maior diferencial do Impulso para outros programas de aceleração é que os projetos são liderados por quem está na base da pirâmide social. Então são pessoas que de fato sentem na pele as demandas da sociedade civil e colocam em prática projetos para soluciona-las”, explica Andrea Gomides, fundadora do Instituto Ekloos.

O edital Impulso ainda tem um longo caminho a percorrer. Serão mais 4 meses de encontros, trocas, mentorias e prototipação de novas ideias para os projetos selecionados. Por hora, cada nova conquista e evolução dos negócios participantes já nos deixa orgulhosos ao gerar força e movimento. E no fim das contas a definição de “impulso” é essa mesma, não é? Força e movimento.

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