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Tecnologia humanizada – utopia ou necessidade?

28/03/2022

Tecnologia humanizada – utopia ou necessidade?

“A tecnologia, sem dúvida, está cada vez mais presente na rotina das pessoas. Porém, muitas já estão cansadas de tanta tela e pouca interação social”. A fala de Reynaldo Gama, CEO da HSM e CO CEO da SingularityU Brazil, pode parecer fora de lugar como uma análise da mais importante conferência de inovação e tecnologia do mundo. Mas, a julgar pela programação do SXSW 2022 e as tendências apontadas por diferentes palestrantes durante os 10 dias de evento, ali era o palco ideal para reverberar o que a maioria das pessoas comuns já vem sentindo há algum tempo. 

O excesso e intensidade do uso de computadores, smartphones e telas como interfaces prioritárias, quando não únicas, para interação social e conexão com outros indivíduos nos últimos dois anos gerou um efeito reverso – a busca por experiências mais pessoais, nostálgicas e simples, que tragam de volta a essência humana. Essa tendência, apontada por Rohit Bhargava, fundador da empresa Non-Obvious e keynote do SXSW 2022, pode ser comprovada pelo grande número de lançamentos de produtos mais tradicionais como cadernos, planners físicos, discos de vinil e a volta de jogos clássicos. 

Da mesma forma, as pessoas também anseiam por experiências mais simples em relação a produtos e serviços, valorizando experiências físicas e autênticas e o retorno de formas mais empáticas e humanas de se comunicar e fazer negócios. Por isso, a humanização precisa estar dentro das estratégias e entregas das empresas. Com o advento do metaverso, o professor Scott Galloway, da Universidade de Nova York, defendeu em sua palestra a arte do encontro e o aprofundamento das relações para que voltemos a nos humanizar: “a grande oportunidade está nos relacionamentos-chave e na recordação de que nossa felicidade está intrinsecamente ligada ao número de conversas profundas e significativas que temos em nossas vidas. Nosso maior foco deve ser cimentar e reparar nossos relacionamentos-chave. E não há melhor maneira de fazer isso do que nos reunindo – pessoalmente – quando pudermos”.

Mesmo no novo ambiente prometido pela Web 3.0, de experiências digitais sem precedentes e com a Inteligência Artificial cada vez mais realista, será possível uma forma mais humanizada de interagir com as pessoas a partir de uma imersão sensorial. “Será menos sobre movimentos de digitação em telas e mais sobre nossos gestos e nosso corpo”, explicou a futurista Amy Webb na abertura do evento. 

Ex-funcionário do Google conhecido por sua participação no documentário “O Dilema das Redes, Tristan Harris, outro keynote de peso do SXSW 2022, acredita que é possível desenvolver a tecnologia de forma mais respeitosa diante das vulnerabilidades humanas – como nossa incapacidade de lidar com a complexidade das coisas. Cofundador do Center for Humane Technology, ele trabalha para a criação de uma nova cultura tecnológica mais humanizada e focada no bem comum, com algoritmos que direcionam para pontos de entendimento (em vez de discórdia) e que ajudem as pessoas a se tornarem melhores e capazes de lidarem com os grandes desafios do planeta.

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